No dia 12 de Abril de 2023 lançamos o filme Derrubando Barreiras no Teatro Sylvio Monteiro em Nova Iguaçu. Um Ano temos novas eleições municipais em um contexto em que as mulheres, em sua maioria, siquer sabem que seus direitos passam necessariamente por uma maior participação social.
Abaixo mostramos um resumo do filme Derrubando Barreiras com o objetivo de atiçar a curiosidade das eleitoras e dos eleitores deste pleito de 2024.
Duração: 1 hora e 2 minutos
Patrocinadores:
- Governo do Estado do Rio de Janeiro
- Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro (SECEC RJ)
- Edital Retomada Cultural RJ 2
Produtoras:
- Cia Encena
- Dumont Cultura e Tecnologia
- Sônia Produções
O documentário começa com uma introdução de Sônia Oliveira, que convida o espectador a uma jornada pela Estação de Comendador Soares, em Nova Iguaçu, na periferia do Rio de Janeiro. Sônia, moradora da periferia e formada em economia, oferece uma perspectiva pessoal e parcial sobre a independência feminina, baseada em depoimentos de mulheres de diferentes idades, classes sociais e territórios.
Temas Principais:
- Conquistas e Barreiras da Independência Feminina:
- O filme explora as opiniões de diversas mulheres sobre as conquistas femininas nos 200 anos de independência do Brasil e as barreiras que ainda impedem a plena independência feminina. Destaca-se a diversidade de experiências femininas e a importância de as mulheres falarem por si mesmas.
- Educação e Autonomia:
- Hildete Pereira enfatiza a importância da educação como um passo fundamental para a independência e a capacidade de sonhar. A discussão inclui o impacto das políticas públicas, como a implementação de cotas, na democratização do acesso à educação.
- PEC das Domésticas:
- O filme celebra a aprovação da PEC das Domésticas, que trouxe ampliação dos direitos trabalhistas para empregadas domésticas, garantindo direitos como horas extras, licença maternidade e seguro-desemprego.
- Mercado de Trabalho e Desigualdade:
- Lucilene Morandi discute a persistente desigualdade no mercado de trabalho, onde as mulheres, especialmente as negras, ainda enfrentam grandes desafios, como salários inferiores e pouca representação em cargos de chefia.
- Saúde e Violência Obstétrica:
- O documentário aborda os avanços na saúde da mulher, destacando políticas como a Lei do Acompanhante e as diretrizes para o parto humanizado. Também discute a violência obstétrica e a importância da continuidade dessas políticas de saúde.
- Lei Maria da Penha:
- A história da Lei Maria da Penha é contada como um marco na luta contra a violência doméstica no Brasil. A lei é elogiada por sua abrangência, ligando diversas áreas do Direito e serviços sociais para proteger as mulheres.
- Participação Política Feminina:
- O filme termina com uma discussão sobre a baixa participação feminina na política brasileira e a importância de mais mulheres ocuparem cargos de liderança para garantir a formulação e execução de políticas públicas voltadas para mulheres.
O filme conclui com a reflexão de Sônia Oliveira sobre a importância de celebrar as conquistas das mulheres e continuar a derrubar as barreiras que ainda existem. O documentário enfatiza a coesão feminina como essencial para o progresso contínuo da independência feminina no Brasil.
A música de encerramento é uma celebração da independência feminina, com uma letra que reforça a ideia de superação de barreiras e a conquista de direitos.
Debates sobre independência feminina, racismo, direitos e cidadania inspirados no filme Derrubando Barreiras
No decorrer desse um ano, a Cia Encena promoveu, através de seu coletivo de mulheres DErrubando Barreiras, lideradas pela diretora Sônia Oliveira três importantes encontros de diálogo com estudantes e educadores do IFRJ, IFRRJ e Colégio Ouro Preto. Cada evento se propôs a aprofundar as questões levantadas pelo filme Derrubando Barreiras, que aborda as interseções entre raça, classe e representatividade cultural.
1. IFRJ – Campus [Paracambi/RJ]
- Público: Alunos e professores dos cursos técnicos e de nível superior.
- Temas principais:
- Racismo estrutural: Reflexões sobre como o racismo molda a experiência acadêmica e social no ambiente federal.
- Identidade negra: A importância de representar o afeto, a ancestralidade e o empoderamento negro.
- Contribuições marcantes:
- Estudantes relataram dificuldades acadêmicas intensificadas por discriminações implícitas no ambiente universitário.
- Professores destacaram a urgência de políticas afirmativas robustas dentro do Instituto.
2. IFRRJ – Instituto Multidisciplinar [Nova Iguaçu/RJ]
- Público: Comunidade do ensino técnico e extensão rural.
- Temas principais:
- Acesso e permanência: Barreiras socioeconômicas que impedem a continuidade dos estudos, sobretudo entre pretos, pardos e periféricos.
- Pedagogia ambiental e ancestral: Como desconstruir modelos de ensino que não valorizam saberes originários nem tradições locais.
- Contribuições:
- Apresentação de vivências rurais e saberes tradicionais como estratégia de superação das exclusões.
3. Colégio Ouro Preto – [Nova Iguaçu /RJ]
- Público: Estudantes e equipe pedagógica.
- Temas principais:
- Patrimônio imaterial e memórias afro-brasileiras: O papel da escola no resgate de histórias e culturas não hegemônicas.
- Interseccionalidade na juventude: Desafios das relações de gênero, etnia e territorialidade entre estudantes.
- Contribuições:
- Propostas de rodas de leitura de autores negros e residências artísticas integradas à memória local.
Impactos e desdobramentos
- Ampliação do diálogo: Os debates fortaleceram a articulação entre teoria e prática, incentivando práticas culturais transformadoras em contextos periféricos.
- Geração de projetos: Surgiram ideias para circuitos comunitários de cinema, oficinas de vídeo nas escolas e produções audiovisuais protagonizadas por jovens negros.
- Conexão interinstitucional: Os três espaços passaram a trocar metodologias, trocam recursos e planejar ações conjuntas futuras.
Próximos passos
- Registro e compartilhamento: Produziremos um documentário compacto com trechos dos debates, depoimentos e cenas do filme.
- Oficinas itinerantes: Em formato colaborativo entre escolas, lançaremos um ciclo de oficinas de cinema, audiovisual e resistência simbólica.
- Publicação de um e-book: Com conteúdos, roteiros de debates e relatos que democratizem o acesso à discussão sobre raça, arte e educação.




Saiba mais sobre o filme em https://ciaencena.org.br/2023/03/27/lancamento-nacional-do-filme-derrubando-barreiras-um-documentario-necessario-sobre-a-luta-das-mulheres-brasileiras/