A Cia Encena foi citada no II Seminário Internacional de Políticas Culturais, realizado pela Fundação Casa de Rui Barbosa no artigo de Barbara Peccei Szaniecki e Rociclei da Silva . Graças ao artigo, fomos tema central em uma das mesas do seminário de importância internacional, onde as experiências e reflexões da nossa instituição, situado na periferia da periferia da Cidade do Rio de Janeiro foram apresentadas, destacando as contribuições da organização para o campo das políticas culturais no Brasil.

A trajetória da Cia. Encena é marcada por importantes conquistas e reconhecimentos do Programa Cultura Viva. Sua ascensão começou com o prêmio de Primeiro Lugar na 2ª Edição do Prêmio Cultura Viva, um feito que colocou o Movimento Enraizados no centro das discussões sobre cultura e cidadania. A partir desse momento, a organização não parou mais de receber reconhecimento:

  1. Certificações como Ponto de Cultura: Reconhecida duas vezes, a Cia. Encena consolidou sua importância como um polo cultural na periferia, promovendo ações que fomentam a cultura, o conhecimento e a economia criativa no território.
  2. Ponto de Leitura: A certificação como Ponto de Leitura reforçou o compromisso do grupo com a promoção da educação e a democratização do acesso à leitura e ao conhecimento, transformando o Espaço Enraizados em um verdadeiro celeiro de cultura.
  3. Ponto de Memória: Através da preservação da memória cultural e da identidade do território, a Cia. Encena vem desempenhando um papel fundamental na valorização das histórias, experiências e saberes da população local.
  4. Ponto de Mídia Livre: Sempre à frente da comunicação e das narrativas periféricas, a certificação como Ponto de Mídia Livre coroou os esforços do grupo em dar voz à juventude, articulando ações que vão além da produção cultural, incluindo a capacitação em novas mídias e tecnologias.

Os pesquisadores Barbara Peccei Szaniecki e Rociclei da Silva compartilharam análises sobre o trabalho da Cia Encena e os avanços realizados no âmbito do Programa Cultura Viva do Ministério da Cultura. O debate abordou cinco eixos fundamentais:

  1. Relação entre Trabalho Formal e Atividade Cultural: Discutiu-se como os artistas do grupo conciliam a necessidade de trabalhar em empregos formais com o desejo de dedicar-se integralmente à produção cultural.
  2. Novas Formas de Financiamento: Apresentou-se a busca por formas alternativas de financiar a produção cultural, com destaque para os esforços de criar independência financeira e novas possibilidades de renda.
  3. Viabilização de Espaços e Equipamentos: A conquista de um espaço físico, que serve como um centro cultural, é um ponto de virada para o grupo, que se torna um polo cultural na periferia, mostrando a importância de locais e equipamentos culturais com autonomia.
  4. Produção de Conhecimento: A prática cultural é aliada à produção de conhecimento. A Cia. Encena investe em educação e tecnologia para fomentar a troca de saberes, desde a produção de mídia até a elaboração de projetos culturais.
  5. Organização da Produção e Resistência em Rede: O papel das redes na produção cultural e resistência política é destacado como parte da estratégia do grupo. A criação da Rede Enraizados fortalece a articulação local e internacional em prol de uma economia cultural viva.

O artigo apresentado pelos pesquisadores ressalta como propomos uma visão cultural da economia, desafiando as noções tradicionais de “desenvolvimento” e “trabalho”. Essa análise aponta para a necessidade de políticas culturais que incentivem práticas de libertação e autonomia, especialmente para jovens das periferias.

A participação dete estudo no seminário evidencia e relevância de práticas culturais vivas e a importância de debates que articulem a cultura com políticas públicas efetivas.

Referências:

Página do Seminário – http://antigo.casaruibarbosa.gov.br/interna.php?ID_S=124&ID_M=2210

Artigo citado – http://antigo.casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/palestras/Politicas_Culturais/II_Seminario_Internacional/FCRB_Barbara_Peccei_Szaniecki_e_outro_Politicas_culturais_vivas.pdf